E perguntaram a Jesus:
— Por que é que Moisés permitiu ao homem mandar a sua esposa embora se der a ela um documento de divórcio?
Jesus respondeu:
— Moisés deu essa permissão por causa da dureza do coração de vocês; mas no princípio da criação não era assim.
Jesus está tendo essa conversa a respeito do divórcio e a
respeito de relações de afetividade e de amor. Em termos ideais o divórcio fere
o projeto original de Deus que é a vivência de unidade do casal.
O divórcio está na lei de Moisés. É verdade. Mas está na
lei por causa da dureza do coração humano.
Eu fico me perguntando o que significa essa dureza de coração
que faz com que duas pessoas gradativamente se distanciem a tal
ponto de não se encontrarem nunca mais.
Dureza de coração pode ter a ver com uma ignorância do
processo inicial. Pessoas que se aproximam mas elas não sabem de fato quem são,
não sabem quem é o outro de quem se aproximam, elas não sabem sequer o que é
viver uma relação de amor. Com o passar
do tempo essa ignorância acaba minando o projeto conjugal.
Dureza de coração pode significar também a própria
imaturidade das pessoas. Pessoas que não são bem resolvidas, ou minimamente
resolvidas, para que vivam uma relação a dois. Não conseguem se entregar, não
conseguem se doar, não conseguem se perdoar, não conseguem se enxergar, e nesse
processo de imaturidade duas crianças acabam, cedo ou tarde, se afastando e
brigando, e não têm condições de refazer o caminho em função de sua
infantilidade.
A dureza de coração pode significar, talvez, a imperfeição
própria do que é ser humano. Nós temos na nossa condição humana essa dimensão.
Nós não somos perfeitos. Cedo ou tarde nós vamos nos esbarrar, nós vamos nos
ferir, nós vamos nos machucar, nós vamos frustras as expectativas do outro, nós
vamos impor expectativas pesadas demais sobre o outro, e essa nossa
imperfeição, uma hora ou outra, pode minar também a relação.
Dureza de coração pode significar a nossa maldade. A nossa propensão
ao egoísmo, e a nossa propensão de usar o outro pra nossa própria satisfação.
Uma relação entre pessoas imaturas, imperfeitas, ignorantes a respeito de si
mesmas, ignorantes a respeito do parceiro e da relação, essa dureza pode manter
pessoas escravizadas a uma relação destrutiva e de autodestruição. Por isso a
carta de divórcio é uma concessão de oportunidade misericordiosa de um
recomeço, mas não era o desejo original de Deus.
Deus não nos condena a uma
prisão, que resulta da nossa própria incapacidade de viver e de fazer escolhas. Deus nos oferece
oportunidades de libertação e de aprendizado para novas experiências na vida, ainda
que não esteja no projeto original de Deus.
Mas acima de tudo, Ele oferece a
restauração verdadeira e profunda de uma relação machucada. Ele tem o remédio para as nossas feridas
e Ele sabe transformar lares. Esse é o projeto original de Deus, ao qual devemos nos ater e focar os nossos esforços.
Meu desejo é que consigamos crescer e caminhar na direção da lucidez,
conviver com a nossa imperfeição e com a imperfeição do outro. Que consigamos
conter a nossa maldade de forma que o nosso casamento tenha um caminho de felicidade, fidelidade, que seja duradouro como Deus planejou e como nós desejamos do fundo do nosso
coração que fosse quando dissemos “sim”.
Texto inspirado em uma pregação do Pr. Ed René Kivitz.
Marido, te prometo sempre agir a favor do nosso casamento, mesmo se alguma dificuldade tentar me fazer voltar atrás!
Texto excelente!! Parabéns!! Aqui em casa não entra a palavra divórcio. Deus em primeiro lugar na nossa relação. Cordão de três dobras não se rompe facilmente..
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