Finanças: um dos maiores causadores de estresse no casamento. E esse estresse vai chegando de mansinho. Quando casamos, carregamos uma mala com o nosso estilo de vida ali dentro. Muitos demoram pra virar a chavinha do solteiro pro casado. Não adianta, casar nos leva a adotar novos comportamentos. Agora somos dois. Temos que encaixar uma personalidade na outra, jogar fora alguns costumes que não combinam mais com quem carrega uma aliança na mão esquerda.
Dar satisfação do que se compra, deixar o outro a par do quanto se ganha, muitas vezes parece uma árdua missão. "Afinal de contas, eu sempre trabalhei e tive o meu dinheiro!". Aí que tá: agora não deve mais existir esse tal de "meu dinheiro, seu dinheiro". Também concordo que ter que "pedir permissão" não é legal, até porque se o dinheiro não é só meu, também não é só dele pra precisar de permissão. O que é muito necessário em relação às finanças do casal é que se tenha um planejamento, pra que os dois saibam certinho pra onde deve ir cada centavo. É preciso, principalmente, ter consciência sobre o que se pode gastar. E é aí que entra o conflito.
O mau uso do cartão de crédito, o salário insuficiente, falta de planejamento, disputa entre o casal pelo controle do dinheiro, dívidas desnecessárias e fora de hora, são algumas iscas da discórdia e, em inúmeros casos, motivo suficiente pro divórcio.
Obviamente, essa também é uma área que exige muito diálogo, muita sinceridade, muita calma, equilíbrio e compreensão, pois não é fácil mexer no bolso do outro e nem é legal quando mexem no nosso. Se é difícil ouvir que está gastando muito, também é difícil ter que chegar ao ponto de falar. Mudar não é fácil mesmo não. Por isso tomamos muitas atitudes erradas quando tratamos de orçamento familiar.
"O que nós precisamos? O que nós queremos? O que nós podemos?" Essas três perguntas são muito importantes pra começar a planejar o orçamento do casal. Pasmem: Tem mulher que não sabe quanto o marido ganha! Tem marido que não sabe quanto a mulher gasta. Como fazer um planejamento assim? Casal que se entende nas finanças, vai longe! A primeira coisa a saber é quanto dinheiro entra. A partir disso, calcular o custo básico, daquilo que não dá pra viver sem: casa, comida, luz, água... E depois, dá pra sonhar junto. Quanto vai sobrar? Vai sobrar??? Então, vamos planejar. O que queremos? Um carro novo? Onde podemos economizar? O que podemos fazer juntos pra conseguir mais renda?
Você já teve a oportunidade de ter esse tipo de conversa com seu marido? Essas perguntas e essa mudança de atitude, farão com que vocês evoluam financeiramente e como casal mesmo. Duas cabeças pensam melhor. Já ouviu falar que casais inteligentes enriquecem juntos? Tem até um livro com esse nome.
A Bíblia diz que juntos somos mais fortes, pois se um cair, o outro ajuda a levantar, mas o que temos visto por aí são maridos caídos e esposas que os afundam mais ainda. Ou esposas caídas e maridos encostados. Cadê a mão que ajuda a levantar? Se não tá na hora de comprar um sapato novo, não tá na hora! Ninguém vai morrer. Também vejo muitas esposas ralando sozinhas, emendando um serviço no outro pra sustentar a casa enquanto o marido diz que não tem emprego, mas também não descola o traseiro do sofá. Se procurar acha! Minha mãe sempre diz que só pode escolher emprego quem tem cacife pra isso - quem não tem, trabalha de qualquer coisa. Tenho um amigo que é advogado, mas com a crise do Brasil e a esposa de resguardo em casa, tá precisando se virar nos trinta pra manter o orçamento em dia - tá fazendo freela de garçom até altas horas em restaurante de granfino.
Já contei que o marido levava bombom pra vender no trabalho, né? Pois é. A gente dança conforme a música.
- O uso do cartão de crédito
Vejo muita gente se encrencando muito por causa desse pedaço de plástico. Cartão de crédito é uma arma letal nas mãos erradas. Tão fácil passar na maquininha... é como se nem gastássemos dinheiro. "Depois a gente vê como vai pagar!". Se o cartão de crédito já colocou a corda no seu pescoço, eu te sugiro que encare friamente a situação e analise se isso não está afundando o seu casamento. Pare de comprar coisas desnecessárias se você não vai poder bancar depois. Também não use o cartão se depois o dinheiro só der pra pagar o mínimo, pois isso vira uma bola de neve aterrorizante. Esperar o momento certo pra comprar algo é o mais inteligente a ser feito.
É muito gostoso não ter dívidas. A gente fica leve e o casamento também! É uma sensação ótima.
Eu uso cartão de crédito - na verdade, aqui só usamos o cartão. Mas aprendemos a usá-lo como um aliado. Nunca atrasamos o pagamento, sempre pagamos o valor integral e acumulamos aqueles pontinhos que se transformam em milhas aéreas. Até o pão é comprado no cartão de crédito. Pra isso é necessário tudo que já conversamos: controle, planejamento, moderação nos gastos e consciência. Se você e o marido, assim como nós, conseguem viver em paz com o cartão, considerem-se felizes exceções. É preciso que haja um controle rígido pra que os cartões não controlem - ou descontrolem - todo o planejamento financeiro familiar.
Está muito difícil sustentar a casa. A economia tá um caos pra todo mundo e tudo tá muito caro. Mesmo economizando, o negócio continua feio pra grande maioria das famílias. Nesse caso, não fazer gastos indevidos e levar muito a sério um planejamento é a única solução pra quem tá com o mês maior que o salário.
O casal não deve ter segredos sobre dinheiro. Aliás, deveria aprender a remar juntos o mesmo barco, talvez abrindo uma conta conjunta, pra todo mundo ficar a par de como está o caixa. Os dois devem ser muito comprometidos com o planejamento pra vida fluir.
Pra finalizar esse texto gigante, só mais um conselho: a sociedade de hoje é muito rápida pra consumir. A gente quer ter tudo, do básico ao totalmente desnecessário - eu também tô nessa, adoro um supérfluo - mas precisamos ser coerentes com a nossa conta bancária e não perder para as tentações se elas causarem dívidas no final. Não podemos abrir mão do nosso propósito de ficar dentro do orçamento. Precisamos evitar sofrer as tensões que ameaçam o nosso casamento!
P.s.: Pra quem me segue no Snap, o melão estava ótimo! (Se não segue ainda, faz favor de seguir, hunf: karolyneferro)
Marido viajou pra uma reunião e eu tô com saudade! =/
Karol...seu texto é mto interessante, sempre busco informações sobre finanças, lá em casa eu sou mais controlada, mas meu marido...humm...já viu né..gosto de planejar, de colocar td na ponta do lápis e de pensar 2x antes de passar o cartão...estou tentando encuncar isso nele...um dia eu consigo. Íris O. Gyn
ResponderExcluirKarool, sábias palavras como sempre ! Logo que leio um texto seu que se enquadra no meu casamento corro, imprimo e levo pro marido ler (e garanto, ele lê tudiinho). Muito obrigada por nos ensinar a cada dia mais e mais. Beijo, fica com Deus!
ResponderExcluirOi Karol
ResponderExcluirNa época de namoro o meu marido sempre falava que quando as finanças vão mal não tem casamento que aguente. Nosso planejamento financeiro foi desde essa época, nós conversamos e concordamos que não haveria meu e seu dinheiro mas que juntaríamos tudo como se fosse uma fonte só e dali organizaríamos as despesas fixas e as necessidades de cada um. Temos crescido assim, já realizamos alguns sonhos e temos vários ainda pra frente. Deus no controle da nossa vida e nós com muito respeito um pelo outro.
Amei o seu texto...
ResponderExcluire as dicas também...
cartão é realmente bom ter controle, e bem legal mesmo comprar a maioria das coisas que puderem nele para acumular milhas ;) não tinha pensado nisso.
ah, amei seu blog e já estou seguindo por email. Tenho um blog também...
se quiser da uma passadinha por lá, e se gostar me da uma ajudinha seguindo ;)
beijos da May
www.pontinhomv.blogspot.com.br
Oi Karol, amei o texto e penso assim como vc.
ResponderExcluirAcontece que lá em casa o marido é mais, como posso dizer, "mão de vaca". Conta tudo, economiza até as tripas (rsrs) e prefere ter tudo separado. Eu até concordo nesse ponto com ele, pois imagina ter que regrar tuuudo? Eu não sou de gastar com roupas, maquiagens, nada disso. Meu gasto maior é com alimentação/ transporte mesmo. Mas me incomoda um pouco o fato de, não só ter tuuudo mesmo separado (sou uma dessas que nem sei quanto ele ganha, nem quanto tem guardado, nada disso, enquanto que da parte de cá é um livro aberto), mas também não conseguirmos dividir a despesa, pois como falei, por ele ser mais "mão de vaca", ele retém tudo e eu acabo pagando tudo para não ficar sem. Mas vai conversar sobre isso com ele... briga na certa. Não sei o que fazer..