Poucas coisas doem mais do que sofrer rejeição. Há muitos que foram rejeitados pelo pai, pela mãe ou por outra pessoa de seu convívio. Essa é uma dor que atravessa a alma e marca negativamente nossa vida. Esse é um sentimento que pode atrapalhar muito a nossa jornada. Estamos vivendo em uma sociedade descartável, mas isso não é exclusividade de nosso tempo. Isso também aconteceu na família de José do Egito.
Quando o menino José nasceu, Jacó, seu pai, já tinha idade avançada. Com isso, certamente o humor e comportamento do velho Jacó mudaram. Aos outros filhos o pai sequer tinha tempo para vê-los crescer. Agora, com o pequenino José, estava envolvido com enxoval novo, trocas de fraldas e presentes caros.
José cresceu protegido e preferido. Já grande, trabalhava com seus irmãos como uma espécie de controle de qualidade no serviço deles. O pai colocou o filho mais novo para gerenciar os mais velhos e experientes. Um trabalho mais leve, mais tranquilo e privilegiado. Era o funcionário recém-chegado, com um salário inexplicavelmente mais alto. Um passageiro que havia acabado de embarcar, mas já viajava na janela.
O trágico foi inevitável. A ação de preferência de Jacó por José provocou a reação de rejeição de seus irmãos por ele. Tudo começava a desabar por causa da imprudência de um pai que já deveria ter aprendido com a vida.
Que cenário triste. Vários filhos sentindo a rejeição de um pai. O texto ma Bíblia é bem claro em dizer que Jacó amava mais a José do que a todos. Isso é trágico. A rejeição estava instalada em proporção grande demais.
Com isso, quem estava sendo rejeitado agora era José. Tudo o que José fazia era sozinho. Não tinha companhia de seus irmãos para um passeio, ou para uma aventura nas montanhas. Seus irmãos jamais o apresentariam a uma boa moça ou o chamariam para o futebol no dia da folga. Estava excluído do bando.
É bem possível que alguém que esteja lendo esse texto saiba o gosto amargo desse sentimento. Pode ser um menino que sofre de sobrepeso sente o gosto da rejeição quando seus colegas, ao escolherem o time, o deixam de fora, ou, na melhor das hipóteses, por último. Um aluno que tem bolsa de estudos em uma escola cara, mas não consegue acompanhar os colegas nos lanhes caros ou nos games de última geração. Uma menina que foi rejeitada pelo namorado, depois que a violou, com promessa de que a amaria pelo resto da vida. Uma mulher que se sente rejeitada por não conseguir competir com as beldades da mídia, nas novelas e comerciais de cervejas e seu esposo que não tira os olhos da tela.
Ser rejeitado é uma das sensações mais difíceis de administrar. Assim estão muitas famílias. Mas é possível superar a dor da rejeição. Sim! Você pode confrontar a rejeição dos homens com a aceitação e amor de Deus por você. Ele te deseja mesmo quando ninguém te quer por perto. A indiferença dos homens não machuca mais quando percebemos o acolhimento de Deus por nós através de seu Filho Jesus. Não foi à toa que sua morte foi de braços abertos.
O texto de Isaías 53:3 nos diz: “Foi desprezado e rejeitado pelos homens; homem de dores e experimentado nos sofrimentos; e, como um de quem os homens escondiam o rosto, foi desprezado, e não lhe demos nenhuma importância”.
Esse é um texto claríssimo que nos mostra que Jesus foi rejeitado para que fôssemos acolhidos pelo Pai. Ele experimentou de nossos sofrimentos. Ele sabe das dores de um ser humano. Ele foi cuspido e zombado por causa de nós. Por isso, se a dor da rejeição te assola a alma, olhe para Cristo. Ele te recebe de braços abertos. Ele transforma em Graça qualquer desgraça. Pense nisso.
(Pr. Áquila Cabral)
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