A TENTAÇÃO DO DIVÓRCIO

Eis a maior de todas as tentações do casamento: o divórcio. Muitas e muitas pessoas, nesse momento, estão com planos de se separarem de seu cônjuge. Essa é a inclinação daqueles que já cansaram de dividir a vida com o outro. 

Incompatibilidades se apresentam o tempo todo dentro de matrimônios que tentam sobreviver. Esbarrões emocionais truculentos vão deixando hematomas dolorosos no relacionamento. A saída que parece aliviar a dor é a separação. 

Quero, portanto, dar conselhos diretos para aqueles que acreditam nessa mentira. Orientações para quem o casamento está difícil e, por causa disso, deseja “sair fora” dele. 

Em primeiro lugar responda a pergunta: Isso realmente será a solução de sua vida? Ceder ao fracasso de seu casamento vai realmente te dar o que você procura? Aqueles que desejam trocar a vida de casados por uma aventura devem pensar com muita responsabilidade se essa não é uma atitude muito mais infantil do que sensata. 

O divórcio não é uma doença, mas o sintoma de doenças gravíssimas na alma. Quando ele chega acontecer é porque muitas feridas já foram abertas antes. Por vezes, a enfermidade é a infidelidade; outras vezes é o destrato; outras ainda é a indiferença ou a ausência de comunicação. Porém, a maior e mais nefasta de todas as chagas é o orgulho. 

Um teólogo chamado Agostinho de Hipona disse certa vez que se o orgulho transformou anjos em demônios, o que não poderia fazer com mortais como nós? Esse tal sentimento é pernicioso. Dar lugar a ele é não dar lugar ao amor. 

O orgulho é a nódoa da alma. É o parasita que suga a seiva. O hospedeiro maligno no coração humano. Foi pelo orgulho que Lúcifer foi banido da luz eterna. É por esse sentimento que muitos jogam seu casamento no lixo. 

Não há qualquer pessoa “compatível” com outra nesse mundo. Todos são diferentes. Mesmo que as diferenças sejam boas para nosso crescimento, o orgulho as transforma em barreiras. Ele é capaz de tornar seres individuais em animais individualistas. É o amor que nos habilita a viver juntos. 

Um divórcio não vai melhorar sua vida. Tentando resolver um problema, talvez você contraia mais dez tomando tal atitude. Se um dos pés de uma cadeira está quebrado ou bambo, a solução não é cortá-lo e deixar a cadeira somente com três pés. A cadeira ficará inútil. Assim também você deve buscar consertar seu casamento. 

Não pense somente em si mesmo. Seus filhos vão sofrer. Um lar com ausência do pai ou da mãe é um ambiente ácido para formação da personalidade e até do caráter dos filhos. A radioatividade dessa separação trará reflexos permanentes na vida deles. 

Não se engane. Você também vai sofrer com o divórcio. Agora parece que é a solução, mas depois o gosto ruim virá na ponta da língua. Muitos dizem que é melhor viver só do que mal acompanhado, mas deveriam considerar o quanto eles mesmos se tornaram uma péssima companhia para seus conjugues. 

Na grande maioria das vezes que essa decisão é tomada, a razão é egoísta. A pessoa não quer mais pagar o preço que o casamento vale. Para esperar que seu cônjuge mude é necessário paciência. Mas permanecer com ele, mesmo que não mude, é necessário amor. 

É esse amor que está em falta em muitas dispensas conjugais. Mas nunca esteve em falta nas prateleiras da Graça de Deus. Ele é o amor. Não custa lembrar essa verdade mais uma vez. Para os que desejam cair na tentação do divórcio, insisto ainda que peçam a Deus mais amor, mais amor e mais amor. Isso nunca é demais. Pense nisso.

(Texto por: Pr. Áquila Cabral)