TRAIÇÃO: SEPARAÇÃO OU PERDÃO, QUAL A SUA DECISÃO?

Esse tema já apareceu aqui no blog e hoje quero falar mais um pouco sobre essa ferida que é a traição. Estão preparadas?

Acredito que não tem como perdoar algo assim sem a ajuda de Deus. Pois somos seres humanos e temos o coração mais duro do que pensamos. Então vamos falar sobre isso, buscando a opinião do "Fabricante".

Segundo a vontade perfeita de Deus, nenhum casamento deveria ser desfeito, como Jesus fala quando questionado pelos fariseus que Deus uniu o homem e a mulher e sendo os dois uma só carne não deve haver separação no que Deus juntou, porém, pela dureza dos corações Moisés autorizou que houvesse o divórcio desde que acontecesse o adultério (Mateus 19:3-11).

Diante disto percebo que, à luz da Bíblia, a vontade de Deus é que a mulher permaneça com o seu marido no caso de traição e vice-versa. O que traiu cometeu um erro que trará consequências, porém cabe ao que foi traído, decidir o que fazer.

Opção 1 – Separação.

Provavelmente essa é a decisão que vem primeiro ao pensamento de quem foi traído. "Vou me separar!". Posso imaginar a pessoa repetindo isso para si mesma inúmeras vezes… chorando, com raiva, gritando.

A opção pela separação não configura pecado, pois está escrito que poderão se separar nesse caso, de acordo com Moisés.  Mas, mesmo com toda a humilhação sofrida, acredito que essa decisão mereça ser vista e revista várias vezes pois mudará a vida dos dois e se tiverem filhos, dos filhos também. Mas repito, Jesus diz que o homem não deve separar o que Deus juntou. É aquela história: É lícito, mas não convém!

Frutos dessa opção: Dor, sofrimento prolongado, rancor, mágoa. A pessoa pode tentar recomeçar uma vida nova, mas não será a mesma coisa. Uma separação traz uma dor tão ou mais forte que a dor gerada pela traição. Filhos de um casamento destruído geralmente sofrem complexos de rejeição, tem dificuldades para se relacionar e podem acabar sendo vítimas de outro casamento fracassado.

Opção 2 – O perdão.

"Onde abundou o pecado, superabundou a graça!" (Romanos 5:20)

Ó opção difícil de ser tomada: PERDOAR.

Você pode se perguntar: "Mas como assim, perdoar? Ele(a) me traiu, não tem perdão". Já acompanhei casais que passaram por essa situação e conseguiram se reerguer, - hoje são uma linda família, totalmente restaurada. Por essa razão, eu posso dizer sem sombra de dúvidas que mesmo tal atitude tem perdão sim! Nesses casos, o perdão vai além de uma frase. O perdão tem o poder de reconstituir o casal e, principalmente, a família.

Perdoar alguém que você ama e que te causou dor não é simples, não é rápido e nem fácil. É incrivelmente doloroso e requer uma super dedicação de ambos com um esforço quase sobre humano para superar e seguir adiante. Mas Deus não nos dá um peso maior do que podemos carregar.

Nesses casos, perdoar não é permanecer casado(a) e viver amargurado(a), triste, rancoroso(a), magoado(a) com seu cônjuge, deixando de fazer sexo, de lhe dar atenção e carinho. Isso não é perdão. É um tipo de separação (e normalmente se opta por esse tipo de separação quando se pretende evitar outra tragédia: a financeira). Esse é um pseudo-perdão única e exclusivamente por conveniência.

Perdoar é enfrentar de frente a dor e junto com seu cônjuge escrever uma nova história de amor, ainda mais forte que a anterior, em bases sólidas de respeito, lealdade, carinho, cumplicidade, fidelidade. Perdoar aqui é lançar no mar do esquecimento do Senhor a traição e não ir lá com um anzol pescá-la. É recomeçar a sua vida e de sua família, sem hipocrisia, mas fazendo tudo o que estiver ao alcance dos dois para se manterem unidos no amor de Deus. "E a glória da segunda casa será maior do que a da primeira, diz o SENHOR dos Exércitos, e neste lugar darei a paz, diz o SENHOR dos Exércitos." (Ageu 2:9)

Frutos dessa opção: Testemunho do poder do perdão que vem de Deus. Família restaurada, que certamente servirá de exemplo para tantas outras. Conhecimento do amor num outro nível. Se o cônjuge é perdoado, experimenta o profundo amor revelado pelo perdão e voluntariamente reage com gratidão e apreço. A vida se torna verdadeiramente alegre, sem ressentimentos, as cadeias de ódio e rancor se quebram. Os filhos ficam felizes e seguros, entendendo e vivenciando princípios bíblicos do verdadeiro amor.

"Quando alguém te ferir ou te desagradar não te deixes abater. Mostre o DEUS que há em ti” (Cristina Mel)

Sabe qual o DEUS que há em ti? É o Deus que perdoou nossos pecados, é o Deus que vem perdoando nossos pecados desde Adão e Eva. É o Deus que perdoou Davi quando ele cometeu adultério e o mesmo Deus que mandou seu Filho Jesus Cristo para nos libertar, redimir e nos salvar.

Portanto, concluo que a decisão de perdoar uma traição é a decisão de seguir o exemplo de Jesus ou não. É escolher se manter honrado, mesmo quando o outro o desonra. Ser íntegro e justo, mesmo quando praticam contra você uma terrível injustiça. Respeitar e amar, mesmo sentindo na pele a dor do desrespeito. Permanecer fiel à aliança feita no começo do casamento, mesmo tendo sofrido tamanha infidelidade. Enfim, perdoar é uma atitude extremamente nobre e só pessoas muito especiais têm tal capacidade.

O dever do casal que nunca passou por um problema como esse, é orar um pelo outro. É cobrir com oração o seu cônjuge para que Deus o livre de tentações (que são muitas). É evitar brechas e um ser o melhor amigo do outro! "Aquele que está de pé, cuide para que não caia!" (1 Corintios 10:12)

E mais uma vez eu indico o livro Casamento Debaixo de Proteção (Bob e Audrey Meisner). Todo casal deveria ler pra aprender a dar cobertura espiritual ao cônjuge. Esse livro é um achado! 

"BOB & AUDREY tinham tudo: um ministério próspero, três filhos lindos e um casamento dos sonhos. O futuro parecia seguro e as perspectivas eram animadoras - até que o adultério, pela parte da esposa, quase acabou com tudo. Através de imensa tristeza e angústia, do arrependimento e do perdão, e até de uma gravidez inesperada, Bob e Audrey encontraram restauração e descobriram a verdadeira natureza do amor sobrenatural e da graça infinita de nosso Deus misericordioso. Contrariando todas as expectativas e a "sabedoria" humana convencional, o casamento deles não apenas sobreviveu, mas floresceu em meio a uma cultura cada vez mais hostil aos valores familiares tradicionais. 

O mundo atual não conhece mais o "princípio da cobertura". Muitos casais, mesmo entre os cristão, ainda que inadvertidamente, deixam seu matrimônio vulnerável e aberto a ataques. Anime-se com a história de Bob e Audrey Meisner. Ela trata de esperança, resgate, restauração e libertação. Aprenda a "encobrir" seu cônjuge. Aprenda a fazer seu relacionamento conjugal florescer em meio a uma cultura de desespero silencioso. Encubra-se! Não deixe seu casamento desprotegido."

Marido tá procurando uma versão PDF desse livro. Se ele encontrar, posto aqui pra vocês!