terça-feira, 27 de setembro de 2016

DUREZA DO CORAÇÃO


E perguntaram a Jesus: 
— Por que é que Moisés permitiu ao homem mandar a sua esposa embora se der a ela um documento de divórcio? 
Jesus respondeu: 
— Moisés deu essa permissão por causa da dureza do coração de vocês; mas no princípio da criação não era assim.

Jesus está tendo essa conversa a respeito do divórcio e a respeito de relações de afetividade e de amor. Em termos ideais o divórcio fere o projeto original de Deus que é a vivência de unidade do casal.

O divórcio está na lei de Moisés. É verdade. Mas está na lei por causa da dureza do coração humano.

Eu fico me perguntando o que significa essa dureza de coração que faz com que duas pessoas gradativamente se distanciem a tal ponto de não se encontrarem nunca mais.

Dureza de coração pode ter a ver com uma ignorância do processo inicial. Pessoas que se aproximam mas elas não sabem de fato quem são, não sabem quem é o outro de quem se aproximam, elas não sabem sequer o que é viver uma relação de amor.  Com o passar do tempo essa ignorância acaba minando o projeto conjugal.

Dureza de coração pode significar também a própria imaturidade das pessoas. Pessoas que não são bem resolvidas, ou minimamente resolvidas, para que vivam uma relação a dois. Não conseguem se entregar, não conseguem se doar, não conseguem se perdoar, não conseguem se enxergar, e nesse processo de imaturidade duas crianças acabam, cedo ou tarde, se afastando e brigando, e não têm condições de refazer o caminho em função de sua infantilidade.

A dureza de coração pode significar, talvez, a imperfeição própria do que é ser humano. Nós temos na nossa condição humana essa dimensão. Nós não somos perfeitos. Cedo ou tarde nós vamos nos esbarrar, nós vamos nos ferir, nós vamos nos machucar, nós vamos frustras as expectativas do outro, nós vamos impor expectativas pesadas demais sobre o outro, e essa nossa imperfeição, uma hora ou outra, pode minar também a relação.

Dureza de coração pode significar a nossa maldade. A nossa propensão ao egoísmo, e a nossa propensão de usar o outro pra nossa própria satisfação. Uma relação entre pessoas imaturas, imperfeitas, ignorantes a respeito de si mesmas, ignorantes a respeito do parceiro e da relação, essa dureza pode manter pessoas escravizadas a uma relação destrutiva e de autodestruição. Por isso a carta de divórcio é uma concessão de oportunidade misericordiosa de um recomeço, mas não era o desejo original de Deus. 

Deus não nos condena a uma prisão, que resulta da nossa própria incapacidade de viver e de fazer escolhas. Deus nos oferece oportunidades de libertação e de aprendizado para novas experiências na vida, ainda que não esteja no projeto original de Deus

Mas acima de tudo, Ele oferece a restauração verdadeira e profunda de uma relação machucada. Ele tem o remédio para as nossas feridas e Ele sabe transformar lares. Esse é o projeto original de Deus, ao qual devemos nos ater e focar os nossos esforços.


Meu desejo é que consigamos crescer e caminhar na direção da lucidez, conviver com a nossa imperfeição e com a imperfeição do outro. Que consigamos conter a nossa maldade de forma que o nosso casamento tenha um caminho de felicidade, fidelidade, que seja duradouro como Deus planejou e como nós desejamos do fundo do nosso coração que fosse quando dissemos “sim”.

Texto inspirado em uma pregação do Pr. Ed René Kivitz.


Marido, te prometo sempre agir a favor do nosso casamento, mesmo se alguma dificuldade tentar me fazer voltar atrás! 


Um comentário:

  1. Texto excelente!! Parabéns!! Aqui em casa não entra a palavra divórcio. Deus em primeiro lugar na nossa relação. Cordão de três dobras não se rompe facilmente..

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